Project Description

VAE Bacabeira

Dados Técnicos

Localização: Bacabeira, MA – Brasil

Tipo de Construção: Industrial

Área do terreno: 50.495 m²

Área construída: 5.480 m²

Início do projeto: 2011

Conclusão da obra: 2013

Equipe

Autores: Fernando Forte, Lourenço Gimenes, Rodrigo Marcondes Ferraz

Coordenadores: Ana Paula Barbosa, Sonia Gouveia

Colaboradores: Gabriel Mota, Bruno Milan, Fábio Pittas, Heloísa Adam, Juliana Nohara

Estagiários: Felipe Bueno

Projeto de Estrutura e Fundações: Artefaço

Projeto de Instalações Hidráulicas e Elétricas: Gavazzi Engenharia

Projeto Luminotécnico: Itaim Iluminação

Pavimentação: Infraestrutura

Drenagem e Terraplanagem: Delta Mais Engenharia

A partir de um esboço fornecido ao cliente por uma empresa de concreto pré-moldado de um galpão inteiramente fechado e pouco adaptado às condições climáticas do Maranhão, a FGMF desenvolveu o projeto para a fábrica da empresa VAE Voelstalpine, em Bacabeira, destinada a atender aos pedidos das concessionárias do transporte ferroviário, bem como da empresa Vale do Rio Doce. O desafio era manter a funcionalidade e as dimensões principais do galpão, com seus vãos livres e pés-diretos, adequá-lo às condições climáticas da região, deixá-lo mais belo, elegante e alinhado com as diretrizes do grupo internacional e não alterar o orçamento original.

O projeto segue um conceito adotado em outras fábricas do grupo ao redor do mundo – um grande galpão, com 30 metros de largura e profundidade inicial de 60 metros com possibilidade de expansão até 100 m, onde são produzidas as peças. O vão livre é vencido por grandes treliças metálicas e necessário para as atividades principais da fábrica, como a rotação de trilhos metálicos que atingem até 24 metros de comprimento.

O edifício principal é composto de um conjunto de pilares metálicos com treliças também metálicas na cobertura, com fechamento ora em telha metálica, ora em bloco de concreto. Ao lado do galpão fica a área de estoque coberto, destinado ao armazenamento de peças e matérias primas pequenas, e administração que, sempre ligada à fábrica, otimiza os processos. Na parte frontal do galpão descansam os perfis a serem trabalhados ou os desvios prontos antes de deixarem a fábrica. Três pontes rolantes – com 10 ou 30 metros de comprimento – fazem o transporte de todo o material pela fábrica.

Uma vez que o processo fabril e os produtos não exigem o isolamento total do ambiente externo, propusemos um edifício que protegesse o maquinário e os trabalhadores das fortes chuvas da região, mas que permitisse o máximo de ventilação natural durante todo o dia. Aproveitando a altura das vigas da cobertura, as telhas de fechamento ora estão em sua porção superior, ora na inferior. Com isso uma série de lanternins fechados com venezianas industriais foi criada para melhorar a ventilação e iluminação do interior do galpão. O fechamento lateral foi dividido em planos verticais e inclinados a fim de criar áreas de entrada de luz e ar. A ventilação é natural em todo o galpão e essas estratégias de projeto já mostram resultados nos primeiros testes de fim da obra, em que a temperatura interna é, em média, 6oC menor do que a externa. Toda a fábrica é ligada visualmente a um jardim linear que é paisagem e espaço de descanso dos trabalhadores e possuem exaustores e a aspersores de água que fazem com que o consumo de energia seja muito inferior ao de outras unidades do grupo em países como Áustria ou Suiça.

Portaria e refeitório, além de áreas de manobra, triagem de matérias primas, montagem dos desvios ferroviários e pesagem de caminhões ocupam o restante da gleba. Devido à distância dos grandes centros, o complexo possui ainda uma vila operária, com casas destinadas à moradia de funcionários. Essas casas possuem sistema construtivo simples e adequado à cultura local de construções residenciais, mas com caráter contemporâneo e fechamento em tela com brises em madeira a fim de sombrear o interior das construções.

A fábrica conta ainda com um desvio ferroviário próprio, responsável pelo abastecimento e por escoar a produção da fábrica por via férrea. Os trens entram pelo centro da fábrica e as pontes rolantes são responsáveis pelo abastecimento ou esvaziamento dos trens.

Implantação

Corte A

Corte B

Detalhe