Deixar os materiais da construção do prédio “in natura” foi o primeiro passo na abordagem do projeto de interiores deste apartamento. A ideia aqui foi destacar tudo o que era estrutural e não poderia ser mexido do restante dos elementos da edificação. Pilares, caixa de elevador, vigas e lajes foram descascados e deixados na forma bruta do concreto aparente. Algumas das tubulações aparentes que surgiram ou foram criadas foram igualmente deixadas aparentes, compondo o conjunto de caráter industrial, onde tudo o que lá está é necessário, nada é supérfluo.

Trabalhando junto com os elementos estruturais aparentes e as poucas paredes, grandes divisórias e portas de correr em aço cor-ten funcionam como painéis móveis que ora unem, ora separam os ambientes, tornando o espaço dinâmico e fluido.

As extensas varandas foram ocupadas por um jardim tropical com espelho d’água, que funcionam como uma espécie de filtro entre o interno e externo, direcionam o visitante para as melhores visuais, conformam os ambientes de estar ou contemplação e criam um contraponto entre a exuberância dos elementos naturais e a crueza do interior construído.

O mobiliário está intimamente ligado à parte construtiva do projeto e a grande luminária desenhada especialmente para ele é o elemento de maior destaque. Espalhando-se por toda a área social como um grande organismo, esse sistema de luminárias de tubulações aparentes e pontos de luz em diversas alturas, relacionados intimamente ao lay-out proposto, são visíveis de todos as partes e conformam os ambientes.

Para completar, o mobiliário escolhido possui, além de peças desenhadas especialmente para o projeto (como a grande mesa de jantar), ícones modernistas e peças de jovens designers brasileiros misturadas de forma sutil.