Project Description

Apartamento Vilaboim

Dados Técnicos

Localização: São Paulo, SP – Brasil

Tipo de Construção: Reforma de apartamento

Área construída: 617m²

Início do projeto: 2019

Conclusão da obra: 2022

Equipe

Autores: Fernando Forte, Lourenço Gimenes, Rodrigo Marcondes Ferraz

Diretor Criativo : Gabriel Mota

Gerentes: Desyree Niedo, Guilherme Prado, Juliana Cadó

Coordenadores: Iacy Gottschalk

Colaboradores: Bruno Suman, Carolina Hirata, Eduardo Vale, Gilberto Sales, Gustavo Hohmann, Larissa Sartori, Letícia Gonzalez, Lucas Lima, Pedro Ocanhas, Victor Lucena, Vitória Colsato

Estagiários: Ana Paula Sapia, Flávia Moura, Giovanna Custódio, Henrique Dias, José Carlos Navarro, Matheus Soares, Michelle Vasques, Rafael Mourão

Fotógrafo: Fran Parente

Construtora: RMR

Paisagismo: Juliana Freitas

Projeto Luminotécnico: FOCO (Projeto) LIS (Execução)

Fornecedores: Parket, Dimármore, Banho Mais, Liscorp, Primo Vidros, Logitec,  Inovar, Atenua Som e JC Marcenaria, Tresuno e Protécnica, Carvalho e Carvalho, Padrão Móveis e Brera/Mekal, DM Irrigação, Futura, N Didini, LCM, BBlock, Botteh, Tapetah, Uniflex, Atelier ZHZ.

Localizado em um prédio memorável do bairro de Higienópolis, de 1969, o apartamento de cerca de 600m2 foi escolhido pelo proprietário com auxílio da FGMF. O imóvel, ainda que bem
cuidado, não havia sofrido alterações desde a reforma dos antigos moradores, em 1978, quase 45 anos antes da intervenção atual.
A reforma do apartamento seria profunda em termos espaciais e de instalações.

O programa da família, composta por um casal com uma filha pré-adolescente, era razoavelmente simples considerando as dimensões do imóvel – quarto de hóspedes, quartos
do casal e filha, salas integradas, escritório e um espaço confortável para o piano da família.
Desenvolvemos incialmente variações diversas de layout para compreendermos e discutirmos entre todos as diversas possibilidades de arranjo da planta, sobretudo da área intima, para
então tratar de um partido arquitetônico coeso que amarrasse a organização geral, acabamentos e interiores do apartamento.

A eliminação do grande hall de entrada e supressão de diversas paredes originais proporciono uma sala de estar vasta e integrada com cozinha e sala de jantar com total vista para a Praça
Buenos Aires.
Há, no edifício uma espécie de “core” composto pelos elevadores sociais, lavabo, circulação de serviço e poço central de ventilação e iluminação. A circulação principal do apartamento se dá
naturalmente ao redor desse “core” central, e por conta da importância desse elemento no cotidiano, começamos a pensar a composição de materiais do local por esse elemento, revestindo-o de placas de cobre patinado esverdeadas. Ente as placas, delgadas chapas de metal ancoradas nas paredes e inseridas entre as chapas de cobre se tornam uma estante que percorre a área social e de serviços, organizando as portas de elevadores, lavabo, englobando a adega de vinhos e se tornando um móvel de apoio da área da cozinha.
Um grande elemento em madeira, com desnível, como um “volume dentro do espaço do apartamento” foi projetado para organizar escritório, sala de tv e sala intima para o cotidiano da família. Esse volume, totalmente revestido em carvalho, possui portas corrediças em muxarabi de Freijó que podem ser totalmente abertas ou fechadas dependendo da ocasião e criam uma dinâmica cotidiana que muda a aparência da área social.
O restante da área social, cozinha e espaço multiuso é finalizado em placas de basalto que envolvem os pilares e se projetam do piso criando volumes com paisagismo que abraçam a copa. Esses volumes também organizam a grande ilha central aberta da cozinha que é finalizada com mobiliário planejado em aço inoxidável.
O mobiliário do apartamento foi estabelecido primariamente como uma espécie de começo de coleção para os proprietários, quase todos de design brasileiro, desde modernistas até contemporâneos. Estabelecemos uma organização por diferentes espaços; para o estar social, em basalto e mais austero buscamos utilizar móveis em madeira e evitar móveis com aspecto
mais industrial, já no estar íntimo, envolto em revestimento de madeira, mobiliário mais estofado e confortável.
Todos os ambientes relacionam desenhos de mobiliário com décadas de diferença, como poltronas Mole de Sergio Rodrigues com mobiliários do Bittencourt ou da própria FGMF, ou poltronas ondine e adriana do Zalszupin com sofá de desenho de Marcus Ferreira e Guilherme Wentz.
Algumas peças também foram criadas pelos arquitetos especialmente para esse projeto, como a mesa de centro em mármore da sala intima ou o aparador Crista, todo em vidro fundido, para locais específicos do projeto. Camadas secundárias como luminárias, objetos e composições seguiram o mesmo raciocínio, como é possível observar na mesa de centro composta por banquinhos tradicionais brasileiros em uma espécie de instalação artística-funcional.
O resultado do projeto é um espaço bastante integrado, fluido, com materiais e mobiliário que consideramos atemporais para um projeto perene, mas que abrigue possibilidades mudanças de layout com facilidade sem a perda das características gerais da intervenção. Uma moradia que não esteja atrelada a modismos e envelheça dignamente, da mesma forma que o maravilhoso edifício em que está inserida.

Diagrama materiais

Planta