Project Description

Casa na Costeira

Dados Técnicos

Localização: Ilhabela, SP – Brasil

Tipo de Construção: Residencial Unifamiliar

Área do terreno: 499,5 m²

Área construída: 528,3 m²

Início do projeto: 2010

Equipe

Autores: Fernando Forte, Lourenço Gimenes, Rodrigo Marcondes Ferraz

Coordenadores: Ana Paula Barbosa, Marilia Caetano, Sonia Gouveia

Colaboradores: Bruno Araujo, Heloísa Adam, Juliana Nohara

Estagiários: Bruno Milan, Carolina Matsumoto, Felipe Bueno, Lisa Sorensen

Projeto de Estrutura e Fundações – Benedictis Engenharia

Projeto de Instalações Hidráulicas e Elétricas – Gavazzi Engenharia

Projeto Luminotécnico – Castilha Iluminação

Sondagens – SoloFund

O partido dessa residência de veraneio surgiu através da observação de quatrocaracterísticas distintas do terreno. Cada um desses fatores nos chamou a atenção desde o primeiro momento, mas foram necessárias diversas visitas ao local, um lindo terreno de encosta no Tatambora, em Ilhabela, para que se tornassem clarose determinassem os rumos do projeto.

VISTA – Uma arrebatadora vista encanta qualquer visitante do terreno desde o primeiro instante. 180 graus de belas visuais da costeira de Ilhabela e do canal de São Sebastião garantem uma permanente relação visual entre o mar e a ilha. Criar um projeto que tomasse partido das visuais desse local era o nosso primeiro determinante.

INCLINAÇÃO – A inclinação pronunciada do terreno, de cerca de 40%, impôs-se como um desafio e um importante condicionante da solução arquitetônica. Chamou-nos a atenção não por uma eventual dificuldade construtiva, mas como potencial para organizar o programa e os espaços e garantir vistas diferentes em locais diversos do terreno.

FORMATO – O terreno tem um formato triangular, pouco usual, resultado de uma divisão de lotes em uma antiga fazenda no local. Generoso em tamanho, mas com grandes perdas em recuos obrigatórios, o formato do terreno, em conjunto com a legislação e sua severa inclinação representaram um desafio adicional.

AS ROCHAS – O solo de matacões, típico de Ilhabela, presenteou-nos com formações rochosas exuberantes e singulares em alguns locais do terreno. Essas formações, tão agradáveis ao olhar, sugeriram um diálogo direto entre térreo e construção, transformando-as em elementos focais dentro do conjunto.

Com as questões acima em mente, desenvolvemos o projeto da casa na costeira: uma sequência de lâminas parcialmente sobrepostas e rotacionadas, buscando cada um suas visuais exclusivas, como um ‘belvedere’. Cada patamar desse belvedere estaria implantado em trechos estratégicos do terreno para alcançar o resultado desejado quanto às vistas, a privacidade de determinados cômodos e a relação com a topografia.

O resultado do projeto é uma construção de três andares, implantados ora semienterrados, ora em grandes balanços no ar. Como cada nível está implantado em função da topografia e da vista, a sobreposição entre os blocos é livre, e não segue nenhuma âncora aparente ou modulação. Cada um dos andares tem sua lógica estrutural própria em função do terreno, e apenas a circulação vertical funciona como pivô dos três pavimentos.

Nos espaços residuais que surgem nos tetos dos blocos, implantamos jardins ou decks. São as únicas áreas externas planas, já que o terreno segue praticamente intocado quanto às suas características originais. Estas áreas são locais de convivência e solário, como um terreno construído.

O acesso se dá pelo nível superior, onde se chega num átrio que indica o pavimento intermediário. A área social ocupa esse nível intermediário e é o elemento de organização do conjunto. Fica imediatamente no encontro da construção com as pedras do local, criando uma espécie de continuação das varandas o jardim entre rochas, e também permite acesso secundário de serviço.

A opção por materiais aparentes como cimento segue o propósito de ressaltar a diferença entre o natural e o construído. É importante para o partido que a construção, muito inserida no terreno, não tente mimetizar a natureza. Fica claro, portanto,a relação ao mesmo tempo contrastante e sinérgica entre paisagem e construção, configurando um diálogo intenso, respeitoso e complementar.

E esse diálogo acontece pela somatória da inclinação, das vistas e das pedras que forjaram a solução apresentada.

Planta

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Corte A