Project Description
Concurso IMPA RJ
Dados Técnicos
Localização: Rio de Janeiro – RJ, Brasil
Tipo de Construção: Institucional
Área do terreno: 250.000m²
Área construída: 14.805m²
Início do projeto: 2015
Equipe
Autores: Fernando Forte, Lourenço Gimenes, Rodrigo Marcondes Ferraz
Coordenadores: Gabriel Mota, Luciana Bacin, Sonia Gouveia
Colaboradores: Adriano Soares, Daniela Zavagli, Fernanda Veríssimo, Wanessa Simoe, Rodrigo de Moura
Estagiários: Nara Diniz, Otávio Araújo, Yara Bello
O novo IMPA não é apenas um conjunto de prédios. É um posicionamento claro do papel que o Brasil vem consolidando no campo da Matemática internacional. Há uma mensagem política
forte: ele deve ser ousado, mas defensável; deve permitir a interação e estimular a interlocução não apenas das pessoas que o usam, mas como símbolo de uma matemática consistente e pujante; e,
finalmente, deve atender aos requisitos programáticos e funcionais pretendidos. Ao sugerir ousadia, Jacob Palin sabe que está colocando o interlocutor em risco. Oras, se da ousadia nascem erros, dela nascem necessariamente acertos maiores do que aqueles produzidos pela certeza. A incerteza é um poderoso instrumento de pesquisa, e um grande motor de inovação. Tomamos riscos nesse projeto, e o principal deles foi transgredir o conceito de objeto construído: fizemos desse enorme complexo edilício uma grande paisagem esculpida, e achamos que foi um caminho acertado.
É do diálogo (e não fusão) entre a construção e a natureza que nasce um cenário híbrido, onde cada elemento tem sua identidade, mas ambos estão intrinsecamente relacionados. Esses edifícios não poderiam ser construídos em nenhum outro lugar. Ao mesmo tempo, não se impõem e não se escondem na natureza, e criam com ela uma terceira entidade. Da mesma forma, o Rio de Janeiro é um lindo exemplo de uma relação entre paisagem e construção, cujo resultado é uma das cidades mais espetaculares do mundo. Se já tínhamos investigado isso antes, aqui o desafio foi maior.
CONSTRUÇÃO DA PAISAGEM, CONSTRUÇÃO NA PAISAGEM
A ambição do projeto é resolver, a partir de diretrizes simples, um programa complexo, uma escala importante e uma natureza exuberante. Ao mesmo tempo, fazer um projeto consciente dos
entraves burocráticos e legais, blindando-se contra questionamentos desnecessários e delongas no processo de aprovação, e um projeto que permita flexibilidade futura e faseamento.
Outro aspecto relevante da nossa abordagem é a ênfase nas articulações. Um sistema com dois eixos simples conectam os programas principais entre si e demonstram-se espacialmente com
simplicidade e clareza. Dessa articulação, extraímos o máximo de encontros possíveis entre os usuários do espaço, de forma a promover possibilidades de colaboração e discussão. Esses
encontros, em sua maioria em espaços generosamente abertos, ventilados e com vistas magníficas, são direcionados para espaços recheados de quadros negros, assentos confortáveis e bela
paisagem.
O contato com a comunidade é também premissa fundamental. Por isso, imaginamos o IMPA sem barreiras na sua porção frontal. A portaria e controle de acesso acontecem a cerca de 20m da rua,
e nesse espaço intermediário desenhamos uma praça em formato de arquibancada com rampas e patamares para permanência. Essa praça não será do IMPA, e sim da comunidade à qual o IMPA
pertence. Além disso, a premissa de criar um edifício de baixo impacto visual na paisagem. A criação de eventos e rotinas de atividades ligadas ao público mais amplo, como pretende o IMPA,
também será uma ponte importante de contato.