Project Description

Concurso SESC Rio

Dados Técnicos

Localização: Rio de Janeiro – RJ, Brasil

Tipo de Construção : Institucional

Área do terreno: 131.000m²

Área construída: 29.000m²

Início do projeto: 2004

Conclusão da obra: 2007

Equipe

Índio Costa AUDT e FGMF Arquitetos

Autores: Luis Índio da Costa AUDT, Fernando Forte, Lourenço Gimenes, Rodrigo Marcondes Ferraz, Carlota Sampaio e Cláudia Amorim

Colaboradores: André Barreto, Anna Rita Figueira, Christian Smith, Joyce Camilo, Lígia Cury, Maria Teresa Mesquita, Mariana Caillaux, Mauricio Duarte e Rodrigo Carneiro

Fotógrafo: César Duarte, Mário Grisolli, Pedro Kok e Guarim de Lorena

Construtora – Camargo Corrêa, Santa Bárbara e Metropolitana

Salas de aulas e restaurante – Ricardo Villar Arquitetura e Urbanismo
Teatro – Ruy Rezende Arquitetura
Parque esportivo e biblioteca – Lourenço Gimenes, Fernando Forte, Rodrigo Marcondes Ferraz, Fernanda Alpiste, Alexandre Ventura, Carolina Dias

Alojamento de alunos e professores – Nit Arq

Projeto de Estrutura e Fundações – Júlio Kassoy e Mario Franco Engenheiros

Projeto de Instalações Hidráulicas e Elétricas – Prediais Cemope

Paisagismo – CAP

Projeto Luminotécnico – Esther Stiller

Projeto de Interiores – Ana Maria Índio da Costa

Gerenciamento – Guimar

Projeto Acústico – Roberto Thompson Motta

GINÁSIO

O ginásio do Sesc Barra foi projetado para passar uma sensação de uma praça aberta, ligada ao amplo espaço de esportes circundante, que conta com jardins, piscinas e quadras. A idéia sempre foi a de um ginásio mais aberto possível, convidativo para o usuário, quase informal. A comunicação visual com o Sesc-escola ao redor, é garantido pelas amplas aberturas, ao mesmo tempo em que bastante ventilação natural é garantida, essencial no Rio de Janeiro.

O partido do projeto do ginásio baseia-se na em uma clara divisão da composição em duas porções distintas: O embasamento, composto pela quadra, arquibancada e equipamentos, e a grande Cobertura metálica.

Os dois elementos jamais se encostam, trabalhando suas funções de forma completamente independente um do outro. Em certo ponto a cobertura e embasamento quase se encontram, mas um vão de poucos centímetros garante esse destacamento. Enquanto o embasamento é realizado com estrutura de concreto, pesado, ligado ao chão, a cobertura é realizada em estrutura metálica leve, quase flutuando sobre o embasamento.

O embasamento resume-se em quadra, arquibancadas e alguns equipamentos, como quadra de squash, banheiros, vestiários, academia de ginástica e depósitos. Alem do concreto de sua estrutura, ele é revestido por peças cerâmicas e aberturas generosas em vidro.

A cobertura metálica, extremamente leve, é suportada por grandes arcos metálicos externos (em perfis circulares calandrados) que vencem 70 metros de vão. Estes arcos metálicos suportam a cobertura em telhas metálicas curvas. Os arcos metálicos foram propositadamente locados sobre a cobertura e não sob a mesma, como seria o mais comum. A intenção foi a de que os arcos ganhassem força plástica para explicar o objeto ao visitante pelo lado de fora, ao mesmo tempo em que uma vez dentro a sensação fosse a de que a cobertura pairasse sobre o ginásio. A base dos arcos, o local onde elas tocam o chão, são elementos de concreto aparente que emergem das fundações para um pouco mais de dois metros de altura para receber as cargas, buscando, como diria o mestre Vilanova Artigas, “fazer cantar o ponto de apoio”.

No final das contas o elemento que mais interessa no ginásio é o espaço não construído. O espaço que existe entre o embasamento e a cobertura é onde se dão os jogos, por onde entra a iluminação e ventilação e através dele que existe a preciosa comunicação entre interior e exterior. Esse espaço é a tensão que existe entre os elementos que nunca se encontram, a tensão que é o partido arquitetônico e a composição de todo o ginásio.

BIBLIOTECA

Primeiro lugar em uma competição fechada com escritórios do Rio de Janeiro e São Paulo, o SESC Escola da Barra, é fruto da união entre os escritórios Indio da Costa AUT e Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos (FGMF).

Os escritórios de arquitetura realizaram em conjunto o masterplan vencedor, e em um segundo momento decidiram separar o desenvolvimento dos diferentes edifícios, em função da complexidade do trabalho e pelo fato dos escritórios estarem em cidades diferentes.

A biblioteca central do Sesc (assim como a área de esportes, ginásio e refeitório) foram desenvolvidos exclusivamente pelo FGMF. O acompanhamento da obra foi realizado pelo escritório do Rio de Janeiro.

A biblioteca possui claramente grande influência da arquitetura moderna paulista, é possível enxergar claramente influências de Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha. A influência do edifício de Artigas, a FAU-USP, é patente no projeto, quase como uma homenagem dos ex alunos ao edifício em que estudaram arquitetura.

Composta de um grande átrio de chegada e estar circundado por uma viga de concreto de uma andar de altura. Esta viga de concreto, que faz a função de estrutura e fechamento da porção superior, organiza uma longa passarela que dá acesso ao acervo geral da biblioteca. Assim a estrutura não só funciona como vedação, mas também é o que abriga o acervo e cria o passadiço para o visitante. Sob a viga de concreto, o fechamento apenas em vidro cria a tensão entre o peso do concreto na porção superior versus a transparência e leveza do fechamento inferior. É nesse ponto de tensão que o visitante é convidado a adentrar a biblioteca.

Parte da biblioteca fica suspensa sobre o grande espelho d’água central do SESC, e o acesso se dá por uma passarela, que simboliza a passagem para um local de estudo. A posição sobre o espelho d’água gera visuais muito interessantes que vão mudando conforme o dia anoitece e a iluminação muda.