Project Description

Edifício no Itaim

Dados Técnicos

Localização: São Paulo – SP, Brasil

Tipo de Construção: Residencial Multifamiliar

Área do terreno: 2.512,01 m²

Área construída: 20.545,09 m²

Início do projeto: 2015

Equipe

Autores: Fernando Forte, Lourenço Gimenes, Rodrigo Marcondes Ferraz

Coordenadores: Ana Paula Barbosa

Colaboradores: Carolina Matsumoto, Juliana Nohara, Lígia Meirelles

Estagiários: Cláudia Bicudo, Fernanda Silva, Rodrigo de Moura

Implantado num dos locais mais valorizados da Cidade, este empreendimento tem vista permanente para o parque à sua frente e para o bairro do Morumbi, que representa uma vasta mancha verde na paisagem. A generosidade e amplitude da vista desafia a própria compreensão de que estamos em São Paulo.

O programa é de um edifício residencial de altíssimo padrão, com apartamentos dúplex e tríplex variando entre 882 e 1066 m² por unidade. O edifício é composto de dois volumes notadamente verticais: uma torre sul, com o programa de serviços e área íntima, apresenta-se de forma muito sóbria, com poucas linhas e informações simplificadas; a torre norte, por sua vez, coloca-se como um contraponto à sisudez da sua vizinha, e compõe-se de fatias horizontais que se alternam em planos de diferentes tamanhos e formatos, criando salas, varandas, mezaninos e terraços generosos.

Resguardados do barulho da Marginal do Pinheiros, esses planos se oferecem como espaços privilegiados, estabelecendo uma percepção de continuidade entre os espaços internos das salas dos apartamentos e a paisagem. Manipulados a fim de obtermos o máximo aproveitamento de área não-computável, obedecendo ao recuo progressivo, essa solução tira partido de um condicionante legal e de uma necessidade comercial do empreendedor: maximizar a área de venda, sem comprometer a qualidade da arquitetura.

Ao contrário, essas questões tornaram-se uma oportunidade de projeto: as lajes criam espaços ricos e ao mesmo tempo funcionam como um enorme sistema de brise-soleil, sombreando a fachada norte do edifício e minimizando o impacto do sol no poente – justamente onde há a melhor vista. Consequentemente, permite que as salas sejam espaços totalmente transparentes, abertas para a paisagem, e que as varandas sejam espaços fluidos ressaltando o contraste com a torre sul.

A torre sul é um monólito de concreto, com abas nos pavimentos dos dormitórios que funcionam como beirais e ao mesmo tempo como varandas. Sob o enorme volume vertical de concreto, um volume horizontal projeta-se em balanço, formando uma raia suspensa com borda frontal de vidro. Neste nível, elevado em relação ao pavimento térreo, concentram-se os demais equipamentos de lazer: sauna, academia e solário com piscina de lazer. Coincidentes com a variação formal da torre norte, esses elementos suspensos sobre o térreo ‘soltam’ a torre sul, fazendo-a ‘flutuar’ sobre o jardim e sobre os grandes vãos que iluminam o hall de acesso para os veículos, no subsolo.