Na movimentada esquina da Av. Rebouças com a Rua Cristiano Viana, o POD se coloca consciente de seu impacto na paisagem urbana. Como resultado dos dispositivos legais, das particularidades dos vizinhos, da localização e do formato do lote sua volumetria nasce a partir de um grande vazio interno de proporções inusitadas e interessantes, de cor vermelho intenso – o pátio.

O espaço resultante, ativado por lojas que se voltam ora para dentro ora para fora do lote, aliado a uma fenda voltada a norte que permite a incidência solar com o passar das horas, é palco para variados eventos que se entrelaçam e favorece a relação do pedestre com o edifício, amarrando-o à escala local e se abrindo para este pujante espaço urbano. Circulações abertas como passarelas ao redor das copas das árvores ajudam a fortalecer essa conexão, permitindo que as pessoas se vejam.

O volume do embasamento, com seus terraços ajardinados, passarelas abertas, grandes vazios e suas proporções horizontalizadas são parte da paisagem urbana, de todos os que passam por ali. Sendo assim, o primeiro trecho do prédio é trabalhado como um elemento na escala do pedestre, de desenho da cidade, não como um elemento isolado de seu contexto.

No pavimento intermediário, uma ampla e polivalente área de lazer separa a torre delgada do embasamento e, com sua variação de pés direitos e molduras, faz a transição e absorve as diferentes necessidades estruturais entre um momento e outro. A torre segue com variações de varandas em desenhos de linhas e caixas, sendo coroada em momentos escalonados, também ajardinados, trazendo até o topo uma contribuição nova e instigante para a paisagem urbana.